quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Dia de Campo na Tv - Secador Solar - Embrapa Amazônia Oriental


AmazoniaOriental

O secador solar para produtos agroflorestais, desenvolvido pela Embrapa, é único no gênero. Sua inovadora arquitetura, com três câmaras internas, facilita atingir a eficiência na secagem e melhorar a qualidade final dos produtos, abrindo caminho inclusive para exportação.

A primeira câmara interna é para aquecimento, a segunda é de secagem e a terceira para desumidificação. O ar sempre renovado no interior do equipamento impede que a umidade alcance níveis indesejáveis dentro do secador e prejudique a secagem. "A chaminé suga o excesso de umidade, levando-a para fora da estufa. É a solução para a secagem em ambiente fechado e úmido, um problema muito comum para os produtores rurais da região amazônica", explica o engenheiro florestal Osmar Aguiar, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA).

Osmar Aguiar iniciou as pesquisas e os testes de validação em 2004, desenvolvendo diferentes modelos até chegar a esta tecnologia. Segundo ele, a grande novidade do mais recente protótipo exposto na Embrapa, em Belém, é a utilização do policarbonato, um polímero altamente resistente, o mesmo material das viseiras de capacete de Fórmula Um.

O secador solar da Embrapa traz várias vantagens ao produtor rural, a começar por esta: a secagem solar em ambiente fechado é mais higiênica e rápida do que a secagem ao ar livre, muito comum no Brasil. Também proporciona economia, pois sendo energia de fonte solar, o custo energético de funcionamento tende a zero, tornando possível a sua adoção por agricultores familiares.

Esse modelo de secador tem dois metros de largura, por dois de altura e seis de comprimento. É um equipamento portátil, de fácil montagem e desmontagem, feito com materiais leves, duráveis e resistentes. Além do policarbonato, na construção do secador solar da Embrapa empregam-se madeira (para piso, vigas e bancadas de secagem), alumínio, metalon, tubo de PVC (para a chaminé), exaustor eólico e fita adesiva especial de dupla face.

"Isso tudo melhora a qualidade final do produto e aumenta as possibilidades de comercialização, inclusive abre portas para a exportação", comenta Osmar Aguiar. O tempo de secagem varia de produto para produto. A madeira de jatobá, de grande valor para exportação, teve sua umidade reduzida a dez por cento em 40 dias de secagem solar. A temperatura interna do secador solar, detectada pela pesquisa no Pará, pode chegar a 35 graus centígrados mais alta que a do ambiente externo.